quarta-feira, 13 de julho de 2011

Diálogo entre pai e filha



- Té, sabes o que me pediste certa vez, quando eras pequenina, para receberes pelo Natal?
- O que foi?
- Pediste-me um escravo, filha...
- Um escravo?! E tu, o que é que me disseste?
- Oh filha, então, conversei contigo e tentei explicar-te que a escravatura era uma coisa má.
- E eu, o que é que eu disse?
- Ficaste a olhar para mim, não disseste nada..., por isso acho que deves ter percebido...
- Hum...

Assisti a este diálogo entre duas pessoas muito próximas de mim e achei simplesmente amoroso. As coisas de que só as crianças se conseguem lembrar e a sua inocência que tantas vezes nos faz rir... A doce memória que os pais guardam dos seus filhos enquanto crianças... A ternura que se sente quando essas histórias são lembradas e contadas pela primeira vez ao filhos quando crescem, para não mais se esquecerem... 

18 comentários:

João Roque disse...

É destas "pequenas" coisas que se faz a vida.

KarenB disse...

Pinguim,
Sabermos como fomos em crianças faz parte do nosso crescimento e ajuda também a moldar aquilo que somos e aquilo que daremos, por sua vez, aos nossos filhos.
Tenho tantas histórias destas que os meus pais ou os meus avós me contaram...

Beijinhos

Teté disse...

É de pequenino que se começa a ter a percepção que há sempre umas chatices na vida, e que mais vale ter alguém que as faça por nós... :)))

Mas essa ingenuidade, em simultâneo, faz lembrar aqueles putos que quando perguntas o que querem ser quando forem grandes respondem que querem ser ricos, famosos e bonitos. E se insistes na profissão, rematam com um "bombeiro"! :D

Enfim, têm tempo para crescer! :)

Beijocas!

maria disse...

As crianças são deliciosas e a inocência que têm (cada vez menos, infelizmente) é enternecedora :)

Beijinho :)

ψ Psimento ψ disse...

Estas memórias são preciosas e apesar de não gostar de psicologia infantil tenho de admitir que eles são capazes de dizer as coisas mais surpreendentes e engraçadas. :)
Um beijo.

KarenB disse...

Teté,

Achei esta resposta, dada por uma miúda na altura com 4, 5 anos, muito engraçada.
A percepção de que falas, só é salutar!

Beijinho

KarenB disse...

Maria,

Concordo contigo quando dizes que essa inocência se começa a perder cada vez mais cedo. Assim fosse acompanhada duma dose de responsabilidade igualmente antecipada...

No meu tempo e no teu, penso que era exactamente o oposto: éramos mais inocentes até mais tarde e mais responsáveis mais cedo.

Enfim... Alterações desta vida moderna que os miúdos vivem hoje em dia, cheia de internets e carradas de informação desde tenra idade, cheia de pouco tempo e acompanhamento pelos pais, cheia de facilitismos...

Beijinho

KarenB disse...

Psimento,

Apesar de gostar muito de crianças, também não gostaria de trabalhar em psicologia com crianças. Deve ser uma área da psicologia igualmente complexa, mas creio que trabalhar com adultos será bem mais interessante. São gostos...
Inegável, de facto, é o quanto todas elas (ou quase todas) são amorosas, e este episódio é um bom exemplo.

Beijinho

Anónimo disse...

Engraçado ler este teu relato.
O meu filho tem 4,5anos e sempre fiz o seu diário. Quando completou os 4, porém, decidi parar, por não conseguir acompanhá-lo. Ontem, recomecei-o, escrevendo-lhe uma carta. Há expressões deles que merecem, mesmo, ser lembradas.:)
bji

KarenB disse...

Nina,

Achei muito gira essa tua ideia do diário! Nunca tinha ouvido falar de alguém que fizesse o diário de um filho. Fiquei curiosa...
Mas escreves como se fosse ele? Ou é mais um relato teu à medida que ele vai crescendo?
E sobre o que é que escreves no diário? Só aquelas coisas mais relevantes do crescimento (do género, primeira papa, primeira sopa, primeiros passos, primeiras palavras...) ou também vais falando daquelas pequenas coisas que acompanham o crescimento (uma reacção, uma resposta engraçada...)?
Confesso que acho a ideia super original e fiquei com curiosidade.

Beijinhos

Capuxa disse...

brutal, mesmo! :)

beijinho*

Anónimo disse...

Olá, Karen.:)
É muito giro fazer o diário dos pequenitos. É claro que não é um diário com registos constantes, mas é muito gratificante.
Há um ou outro texto em que escrevi como se fosse ele, contudo não era tão autêntico.
Assim, escrevo para ele, sobre as suas aventuras, dizeres, tudo o que possas imaginar.
Cada diário corresponde a um ano, documentado com fotos. (cada diário tem mais de 300 páginas:))
Entrei num e retirei este excerto, a propósito dos muitos momentos em que ele questionava pilinhas, pipis e maminhas:)):
"Pois é, filhote…és um atrevido de 1ª categoria. As perguntas sobre pilinhas e pipis são mais que muitas e ficas perplexo por não veres em mim nada dependurado.:)
Não é fácil explicar-te que os corpos das mulheres são diferentes dos dos homens…como não é fácil explicar-te que as rotinas também são distintas, por isso repetes as perguntas mil vezes…espreitas, para ver o que aconteceu à “pilinha” da mamã…procuras usar a maquilhagem…exiges abrir o “pinta-olhos”/rímel e choras se não espero por ti para o fazeres…mas disso e doutras coisas virei falar noutro dia. Já passa da uma hora da manhã e tenho que descansar, não é?
Amo-te muito…daqui até ao infinito e um pouco mais!"

Aconselho a todos os que gostam de escrever. São momentos únicos para mais tarde recordar.:)

beijinhos

KarenB disse...

Olá Xaninha!

Um pequeno episódio, engraçado e muito "fofinho".

Bjitos

KarenB disse...

Oh Nina... que ternura!!!

Nunca tinha ouvido falar desta ideia do diário.
A minha mãe tinha um livrinho, que fez para mim e outro para o meu irmão, que nem sei se ainda existem hoje em dia, mas já vinha meio escrito, era só completar mais ou menos os espaços e lá registavam-se apenas aquelas coisas mais relevantes do crescimento das crianças. Também tinha uns espaços para umas fotos...
Mas esta tua ideia é algo muito mais original e muito pessoal.

Quando um dia o teu filhote já for crescido e tiver mais entendimento, quando ler, vai descobrir-se não só a ele próprio, mas também à sua mamã.
É um tesouro que ele terá entre mãos e ao qual saberá certamente, dar-lhe o valor que merece!

Acho lindíssimo o que fazes. Acho maravilhosas as tuas demonstrações do amor incondicional que sentes pelo teu "ceroulinhas".
Ainda não sou mãe. Serei um dia... E saberei compreender ainda melhor o teu sentir quando esse dia chegar.

O excerto que me mostraste é simplesmente amoroso!

Muitos beijinhos e obrigada por te teres dado ao trabalho de me responder novamente.
Quando aquele dia chegar, vou "roubar-te" a ideia. :)

Anónimo disse...

:))
Também tenho esses livrinhos de que falas, mas estão vazios porque não conseguia lá escrever. Faltava espaço e nada era tão linear.
Por exemplo, as primeiras palavras do ceroulinhas estão todas no seu primeiro diário, as frases no segundo...
Não sei se vai achar piada em ler, mas o que eu sempre peço é que um dia, quando/se eu estiver velhinha e não conseguir, que alguém me leia o que escrevi.
Voltar atrás é muito comovente.:)

Mas, agora, que aqui te li foste a responsável para eu querer recuperar estes meses em que só lhe escrevi no blogue. Como é que faço? Colo o que escrevi no blogue, adiciono imagens e completo-o que me lembrar, claro!

Um gde beijinho e obrigada por seres tão querida.

Anónimo disse...

Sobre a originalidade, não sou bem a autora da ideia. Uma amiga tencionava fazer mais ou menos a mesma coisa, mas, como o fez no blogue, perdia muita coisa do menino, acabando por desistir. Eu fi-lo para nós, em word, embora algumas coisas estejam no blogue. Há coisas muito pessoais que só falo/falei com ele, como quando o pai saiu de casa ou nas sucessivas vezes em que adoeceu.
Já que gostaste, deixa-me dar-te outra ideia gira, que também não surgiu de mim, embora, tal como o diário, seja totalmente diferente. Contar-lhes a sua história.
"Era uma vez um papá e uma mamã que queriam ter um bebé. Então, um dia, o papá pôs uma sementinha na barriguinha da mamã..." (vai até ao momento em que voltamos para casa, depois dos 5 dias que passámos no hospital)
O Diogo sabe essa história desde bebé, ainda mal falava. À noite, antes de adormecer, é a última que "exige". Tranquiliza-o.:))
Lamechices.:)

bji gde

KarenB disse...

Nina,

Se são lamechices, pois que sejam! Consigo ser mesmo muito lamechas (tanto, quanto consigo ser bruta como as casas), mas não me importo nada de ser assim. Não é defeito, é feitio...

Acho ambas as ideias muito originais e muito ternurentas. Só por esta partilha, já valeu a pena conhecer-te! O meu muito obrigada!

Já te disse que acho muito bonitas as tuas demonstrações de amor e a tua dedicação ao teu filhote, e olha que é muito sincero este meu sentir.

Uma das razões porque sei que hoje estaria preparada para ser mãe é exactamente a forma como encaro estas coisas e os "olhos" com que hoje vejo, por exemplo, essa relação que tens com o teu pequenote. Enfim...

Fico contente por saber que o facto de falares comigo te fez ter vontade de retomar esse projecto lindo que tens entre mãos. Não desistas nunca! Acredita que vale a pena!
Tu, um dia, quando fores velhinha, vais lê-lo e recordar cada momento, vivendo-o novamente. Nada mais bonito. E o teu Diogo, se não der o devido valor mais cedo, certamente que um dia quando for pai, saberá dar-lhe o valor que merece. Até lá, não tenhas pressa. Sei que um dia vais ouvir um "obrigado" muito sentido da parte dele.

Gostava tanto que a minha mãe me tivesse feito a mesma coisa. Talvez hoje em dia me fizesse vê-la com outros olhos... Talvez de todas as vezes que me vi a questionar o seu amor, se tivesse entre mãos algo assim, o meu coraçãozinho sossegasse mais um bocadinho nesses momentos. Enfim... Como dizes, lamechices!

Um grande beijinho para ti e espero que o teu ceroulinhas esteja melhor!

Daniela Lima disse...

Muito lindo. Meu pai já faleceu, mas em minha memória permanece tudo que vivemos e nesse dia dos pais queria muito estar do lado dele, dizer quanto eu o amo, e vejo tantas pessoas que nem percebem o tesouro que tem... Dá uma olhadinha no meu blog http://daniela-meucantinholiterario.blogspot.com/
bjs, Daniela